quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DJANGO LIVRE


DJANGO LIVRE - Quentin Tarantino - Western - 2013 (Classificação: 16 anos)

CINE - EUA. Quando se trata de um filme de Tarantino, já sabemos o que esperar: violência estilizada, personagens bem caracterizados e diálogos ferozes. Django Livre, primeiro faroeste de sua carreira, não decepciona os seus fãs que assistem a todos esses elementos e mais alguns luxos. 

É o primeiro diretor que "convence" Leonardo DiCaprio a fazer o papel de um vilão e como Calvin Candie o ator demonstra o quanto Jack, de "Titanic", foi apenas um personagem de sua biografia, que o ator soube utilizar para atingir outros níveis. E aqui, ele demonstra que sabe fazer um vilão contra quem torcemos com um sentimento de admiração e nojo. Tomara que tenha gostado da experiência e que viva outros vilões nas telonas.

Cristoph Waltz está de volta em uma versão maravilhosamente boa do Coronel Landa, de Bastardos Inglórios, que lhe rendeu um Oscar de melhor ator coadjuvante. Impressionante como sabe prender o público com um personagem que mistura ironia e senso de humanismo. Mesmo tendo algumas características de seu personagem "tarantinesco" anterior, como o humor afinado, a nacionalidade alemã e a vasta cultura, não nos cansamos dele e ficamos hipnotizados em cada cena do Dr. King Schultz, um caçador de recompensas, falso dentista, que adota o personagem principal e lhe ensina o seu ofício. Merecidamente ganha outra indicação à estatueta de ouro. 

O personagem principal ("Django, com D mudo") é vivido pelo também premiado ator Jamie Foxx, que atua como um escravo liberto por Dr. Schultz e que deseja resgatar a sua esposa, Broomhilda von Schaft, escrava que teve donos alemães e que foi separada de seu marido em um ato de punição de seus antigos senhores. 

Após cumprir algumas missões com seu mentor, Django vai em busca de sua amada com a ajuda de Schultz. Ambos descobrem que ela se tornou escrava em "Candiland", grande propriedade do personagem de DiCaprio, que cria escravos para lutarem entre si, aproveitando, talvez, a moda do MMA.

Outra agradável surpresa é o escravo vivido por Samuel L. Jackson, antigo parceiro do diretor. Ele atua como um chefe dos escravos, humilhando os negros e atuando como um assistente nefasto de Calvin Candie. Os diálogos que desenvolvem com seu patrão são engraçados e recheados de ironia e humor negro. 

A caminhada rumo ao resgate de sua amada mistura vingança, contra seus antigos senhores, e metáforas, pois, como é explicado no filme, o nome de Broomhilda remete a uma personagem das lendas germânicas que estava presa e foi resgatada por seu amado. 

Apesar do final do terceiro ato demorar um pouco e não ser o melhor filme de Tarantino, com certeza já é um dos melhores filmes do ano e merece todos os elogios que está recebendo. Vale muito a pena assistir.




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