sábado, 27 de dezembro de 2014

ÊXODO: ENTRE DEUSES E REIS


Êxodo: entre Deuses e Reis - 2014 - Épico 
(Classificação 14 anos)

CINE - EUA. Minha aventura começou bem antes de simplesmente ir ver o filme. A estréia estava prevista aqui no Brasil para 24 de dezembro e em pleno preparativo de ceia de natal, decidi ir vê-lo no dia seguinte. Percorri aproximadamente 60 km para poder ver esse filme, na verdade mais pela cia da minha noiva do que pelo o filme... mas lá estávamos, eu e minha noiva, no único cinema aberto no Rio de Janeiro no dia 25 de dezembro.

Gostaria de dizer, primeiramente, que depois do fiasco de Noé, também resenhado aqui, este filme era minha última esperança quanto assistir filmes de histórias extraídas da Bíblia; como diria compadre Washington: - sabe de nada, inocente! O Natal do ano de 2014 ficará marcado para o resto da minha vida depois desses dois filmes (Noé e Êxodo) cujo os diretores não sabe o que significa da palavra fidelidade.

Entendam minha agonia... e se os diretores tivessem estragado as histórias de Batman, Star Wars ou, para galera teen, Harry Potter? Estariam frustrados? Pois bem, SIM, EU ESTOU!

Assim como Noé, e você não pode discordar disto, quando falamos de Êxodo somos automaticamente direcionados para o segundo livro da Bíblia, de mesmo nome. Não dá para fugir disso, lamento. Mais uma vez fiquei quase 2 horas e meia me perguntando onde estavam  Moisés e o povo Judeu tal quais mostrados na Bíblia. Não que a história estivesse fora mas o caráter dos personagens, em especial o do protagonista, levou a história pra um outro patamar.

O filme começa mostrando toda aquela suntuosidade digna da grandiosidade arquitetônica do Egito daquela época,  aliás vi uma entrevista dizendo que o diretor fez pesquisas para se aproximar ao máximo do Egito antigo... a fidelidade parou por aí. Em seguida mostra como Moisés foi poupado da morte e adotado pela família do faraó. Até aí tudo muito bem, eis que me aparece Moisés matando geral a estilo MacGyver (isso mesmo, o do Profissão Perigo), meio presunçoso e metido a espertinho sedutor. Já o povo judeu, instruído por Moisés que os ensinava táticas de guerra aprendida no exercito Egípcio, me pareceu um povo meio terrorista.

Não sei se conhecem a história de Moisés, mas a definição do seu caráter é justamente o oposto ao que vi no filme. Segundo a Bíblia, Moisés parecia ser humilde apesar de ser criado com pompas faraônicas, e não falava bem, alguns se arriscam a dizer que ele era gago... mas não, não o Moisés do filme (HÁ)!

Em suma, Moisés não tinha cajado e sim uma espada; tentou iniciar uma guerra mal sucedida pra libertar o povo; os milagres foram substituídos por coincidências  científicas, exceto o da morte dos primogênitos que o diretor não conseguiu explicação científica e ficou assim mesmo, como na Bíblia; não teve a cortina de fogo e também o mar não se abriu, foi mostrado como uma maré baixa seguida de um tsunami. 

Já Deus foi mostrado como uma criança mimada e vingativa que discutia o tempo todo com o intransigente do Moisés e foi isso... aliás eu tenho minhas dúvidas quanto a referência de Deus nesse filme, em algumas cenas me pareceu mais a consciência de Moisés brigando com ele mesmo do que a manifestação de Deus (nossa, complexo isso!); as vezes Ele aparecia e falava com Moisés e as vezes não (quase um mestre-dos-magos do Caverna do Dragão). Confesso que fiquei irritado com essa ideia de "vou ali libertar um povo e já volto!".

Na minha humilde e sincera opinião o filme foi feito para ser um filme de ação e drama e não um filme de uma história vinda da Bíblia. O diretor deve ter pensado que assim faria mais sucesso que o seu filme campeão de bilheteria, O Gladiador, sei lá. O fato é que o desenho da Disney - O Príncipe do Egito -  é bem melhor que este no que se refere a fidelidade na história de Moisés. O diretor poderia ter feito um estagiozinho lá na Disney, ou pelo menos um joy venture, certamente traríamos melhores resultados.

Dá uma olhada no trailer, mas não espere muito do filme!









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